Após dezenas de advogados trabalhistas serem barrados de entrar no prédio do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região para tentar audiência com o ministro corregedor do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Brito Pereira, o Conselho Seccional da Ordem no Pará decidiu realizar na tarde de hoje, durante sessão ordinária, na sede da instituição, um ato de desagravo em favor da advocacia paraense e do presidente da OAB-CE e coordenador do Colégio de Presidentes Seccionais do CFOAB, Valdetário Monteiro.
A Ordem também resolveu judicializar uma ação contra a Faculdade de Belém - Fabel para suspender o convênio firmado com o TRT8 para obrigá-la a registrar o mesmo via OAB. A seccional paraense ainda fará uma representação no CNJ (Conselho nacional de Justiça) contra o ministro, que não recebeu os advogados, e ainda pedirá que conste na ata da correição esse fato. A instituição fará ainda um pedido de providências contra o cronograma de implantação do PJe (Processo Judicial Eletrônico) nas Varas trabalhistas do interior do estado.
Como representante do Conselho Federal da OAB, Valdetário participou ao lado dos advogados trabalhistas paraenses, conselheiros seccionais, diretores da OAB e Atep (Associação dos Advogados Trabalhistas do Pará) de manifestação em Belém contra a prática do Jus Postulandi - prática é decadente e inconstitucinal, criada nos primórdios do século passado, época que a Justiça do Trabalho não possuía nenhuma capacidade organizacional e administrativa. Na ocasião, os advogados foram intimidados por uma guarda armada.
Nova mobilização
Um novo ato dos advogados trabalhistas já está sendo organizado pela OAB, dia 12 de maio, em frente o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, em Belém, e em todas as sedes da Justiça do Trabalho nas Comarcas do interior do estado. Será um ato conjunto de todas as subseções da OAB.
Ainda segundo Jarbas, o que o corregedor fez não pode ficar impune. “Mandar este grande número de advogados aguardar ele despachar para ser recebido. Que só recebe o presidente, mais três ou quatro”, reforçando que a Ordem espera que o TRT8 reflita. “Esperamos que nos chamem para conversar. Queremos dialogar e voltar à mesa de negociação e ao bom clima que sempre tivemos”, comentou.
Já Valdetário - que tentou ao lado do presidente da Comisão de defesa das Prerrogativas da OAB-PA, Antônio Barra Brito - um diálogo direto com o ministro para que ele recebesse os advogados, observou que o fato do corregedor e o presidente terem permanecido encastelados simbolizou que estava menosprezando a advocacia. “É como advogados e advogadas nada fossem para o TRT8. Infelizmente, fomos recebidos para esperar do lado de fora, na saída do elevador. Esta é a realidade”.
Presidente da Comissão de Defesa de Direitos e Prerrogativas da OAB/PA, Antônio Barra Brito, revelou surpresa com o episódio. “Eu nunca tinha visto na história do TRT8 ser obstada a presença e o acesso dos advogados ao tribunal por meio de segurança, inclusive armada. A tradição o Tribunal Regional do Trabalho não é essa. Mas parece que as coisas estão mudando”, frisou.
Para finalizar, o presidente da Comissão de Defesa de Direitos e Prerrogativas da OAB/PA apontou que o episódio manchou a história do TRT 8. “Por conta de todas estas circunstâncias, eu repilo e lamento profundamente essa atitude que deslustra a toda evidência o TRT8. Este dia como o dia que foi impedido o acesso de advogados, livres, sérios e dignos. Esta casa, é nossa, é do povo, dos advogados, é de todos”.
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