sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Ordem entrega título de advogado a líder abolicionista

 "Sua história há de ser reverenciada na galeria dos
 mártires da pátria”, afirmou Marcus Vinicius
(Foto: José Luís da Conceição - OAB-SP)
São Paulo - A Ordem dos Advogados do Brasil prestou homenagem ao líder abolicionista Luiz Gonzaga Pinto da Gama, que viveu de 1830 a 1882, na noite desta terça-feira. Em solenidade na Universidade Mackenzie, em São Paulo, o presidente do Conselho Federal da Ordem dos advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, reconheceu a atuação de Luiz Gama como advogado conferindo-lhe título póstumo como profissional da advocacia.

"Luiz Gama é um herói da nação brasileira. O reconhecimento pela OAB de sua condição de advogado é a declaração de um fato histórico.  Foi Luiz Gama um autêntico advogado, defensor de milhares de escravos nos tribunais.  Sua história há de ser reverenciada na galeria dos mártires da pátria”, afirma Marcus Vinicius.

Gama era negro e, depois de conseguir a própria liberdade, tornou-se um abolicionista. Como rábula, conseguiu alforriar, pela via judicial, centenas de escravos. Rábulas eram os profissionais que obtinham autorização para exercer o direito sem possuir formação na área.

A iniciativa teve apoio da seção paulista da OAB e de seu presidente, Marcos da Costa, que foi representado no evento pelo conselheiro federal da OAB Luiz Flávio Borges D ’Urso.

Participaram do evento o diretor da faculdade de direito da Universidade Mackenzie, José Francisco Siqueira Neto, o presidente do Instituto Luiz Gama, Silvio Luiz de Almeida, o advogado Fabio Konder Comparato,  que já recebeu a medalha Rui Barbosa da OAB, e o presidente da comissão nacional da verdade da escravidão negra da OAB nacional, o advogado Humberto Adami.

“A história do Brasil há de ser sempre lembrada para evitar a repetição de erros do passado. O racismo,  a discriminação e o preconceito, que atingem até  pessoas públicas, agridem diariamente os milhões de brasileiros anônimos. Somos um só Brasil e devemos construir uma sociedade de iguais. Respeitar as diferenças e tratar dignamente a todos, eis o mandamento constitucional a ser cumprido”, afirma o presidente da OAB nacional.


Fonte: OAB - Conselho Federal

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