sexta-feira, 22 de maio de 2015

Protagonismo feminino é debatido na I Conferência da Mulher Advogada


Maceió (AL) – O Painel 2 da I Conferência Nacional da Mulher Advogada, realizado na tarde desta quinta-feira (21), teve como tema “O Protagonismo da mulher – Evolução no Brasil e no Mundo”. A vice-presidente da OAB-PI, Eduarda Mourão, presidiu o painel, enquanto a vice-presidente da OAB-MT, Claudia Aquina, secretariou a atividade. O presidente da OAB-MG, Luis Claudio da Silva Chaves, também compôs a mesa.

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Admar Gonzaga, contou sua trajetória como advogado até alcançar o posto que ocupa hoje e a sua percepção quanto às mulheres na advocacia. “As advogadas trabalham muito bem fazendo sustentação oral. Elas não têm preguiça, estudam muito e às vezes percebo que elas sabem mais do processo. O sistema de cotas da OAB de 30% de mulheres nas chapas é bom, inclusive, para os homens. Muita gente critica essa questão de cotas, mas é preciso”.

Ao recordar filósofos da história, o ministro do TSE destacou que a  maioria colocava a mulher como ser inferior. “A gente olha para a história da filosofia e observamos que Pitágoras dizia que a mulher era um ser proveniente das trevas; Aristóteles dizia que a mulher era um homem incompleto e São Tomás de Aquino dizia que a mulher teria igualdade depois de um plano divino. Já o filósofo Platão afirmava que as mulheres teriam todos direitos e condições de conquistar e pensar igual aos homens”, explicou.

ESTEREÓTIPOS

A diplomata do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Laura Delamônica, falou sobre os estereótipos das mulheres que perpassam a história das sociedades e citou Adão e Eva e o mito da Caixa de Pandora. “Vou citar dois exemplos para ilustrar essa situação de mulher submissa: Adão e Eva, onde ela decide comer a maçã e em virtude disso condena o homem, ela e toda a humanidade a viver fora do paraíso, enquanto Deus diante dessa reação, disse que a mulher será condenada; o Mito da Caixa de Pandora, onde na tradição grego-romana a primeira mulher criada pelos deuses, Pandora, entregaria a caixa que foi aberta por curiosidade e por isso libertou todos males do mundo”.

Laura disse ainda que “homens e mulheres têm que ser livres independentemente de estereótipos”. “A mulher tem que ser livre para se comportar da forma que ela quiser e não conforme a imposição da sociedade. Quando lidamos com homens e mulheres nós temos que partir da igualdade. A atribuição de estereótipos da mulher acabou contribuindo para que as mulheres ficassem afastadas dos espaços de poder e tomadas de decisões. É preciso que haja mulheres em posições de destaques para que outras mulheres se sintam com vontade de atingir aquilo”, explicou.

UNIVERSO FEMININO

O doutor em Direito, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e juiz do Trabalho da 1ª Vara de Salvador, Rodolfo Pamplona, fez uma palestra cênica, com apresentação musical de artistas como Chico Buarque, Tom Jobim, Vinicius de Morais e Gilberto Gil para falar sobre a posição da mulher na sociedade e no Direito.

“Minha palestra é sobre o centro do universo e o centro é a mulher. A ideia é interessante pois temos que pensar na concepção e na influência do machismo na formação da consciência brasileira. No Código de Processo Civil de 2016, a mulher passava a vida toda e nunca adquiria atividade plena de cidadã. Se ela se casasse saia das garras do pai para as do marido. A mulher como centro do universo era a primeira a ser oprimida na codificação civil. Essa luta de vocês mulheres é importantíssima, mas é preciso saber que é muito maior. O que estamos fazendo é também uma luta contra o preconceito, é uma luta pelos direitos humanos”, destacou Pamplona.

Fonte: OAB - Conselho Federal

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